Senti muitas coisas ao longo do processo, porque ele representou uma certa forma de superação de algumas das minhas várias dificuldades: enfrentar o desconhecido que tinha por trás um estereótipo, quase um preconceito, do que é ‘fazer teatro’; ser capaz de me expor, voluntariamente, quando sou por natureza reservada e pouco dada a manifestar-me perante estranhos; aceitar que não posso controlar tudo; desafiar-me a conseguir decorar, interiorizando, o papel, quando no dia-a-dia cada vez mais recorro a ajudas várias para não me esquecer de tudo e de nada…
Houve evolução? Claro que sim, há sempre. Cada obstáculo vencido, cada meta atingida, faz-me crer que nunca mais serei a mesma pessoa. Não sou capaz de recordar os passos dados nem se me fui apercebendo claramente do que estava a aprender, também sobre mim.
Clara, Abril 2019