O teatro é em si uma pedagogia. Leva ao conhecimento quem faz e quem vê-assiste! E que todos podem fazer: o que um elefantinho faz, todo elefantinho pode fazer, dizia Boal. Amir Haddad
Baz Kershaw (1992) classifica como sendo teatro e comunidade todas as práticas teatrais que tenham como “ponto de partida” a “natureza do seu público e da sua comunidade”, e que a “estética das suas performances seja talhada pela cultura da comunidade da sua audiência”.
A prática teatral comunitária deverá realizar-se num espaço de confiança, onde é possível criar uma atitude mais livre, longe dos olhares depreciativos, onde a imaginação das pessoas envolvidas não tem barreiras. O teatro e comunidade é um facilitador da mudança, na medida em que estimula a “comunidade a explorar e a questionar-se fora dos limites estabelecidos”, pois “a arte é um amplificador do horizonte humano” fazendo com que se quebrem as barreiras impostas, refere Edith Scher (Cruz, 2015). Criar práticas de teatro junto das comunidades confere-lhes poder, e força, estimula os participantes a ambicionarem uma sociedade mais equilibrada, justa e participativa.