19/05/2024
SÓ PESSOAS AUTORIZADAS é um espetáculo alegórico sobre as dores de crescimento e a vida adulta.
Somos todos peças de uma grande máquina. Ter e fazer são verbos importantes nesta história.
Temos de cumprir: os horários e as expectativas. E temos de fazer por isso – por isso e por ficar bem, na fotografia.
Somos todos peças de um engenho maior que nos suga, tantas vezes, a capacidade de parar – olhar – ver – estar presente. Estar no presente – respirar.
Fazer mais, fazer melhor – crescemos, já com as roldanas em movimento – e temos de nos adaptar. A memória daquilo que viemos aqui fazer está diluída.
Sentimos dores e queremos gritar – não fomos ensinados a falar.
Ter de crescer e não ter quem nos ensine como é que isso se faz. Proteção – há que saber fingir, que estamos numa caverna, sem sons, sem luz. Precisamos de estar protegidos. As ameaças não são metáforas. O ar está contaminado.
Verbo fazer – produzir, construir, executar. Estar em constante sobreaquecimento – não existem manobras possíveis para arrefecer as superfícies. Alguém inventou o dinheiro. Somos máquinas que não desligam.